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domingo, 5 de março de 2017

poema

"Eu falei-te desde o começo
Mas eu estou disposta a enfrentar tudo
Se você me fizer feliz...
Tudo!
É assim que a vida vale a pena, não é?
As pessoas são o único sentido!"
Francyelle Monteiro

quarta-feira, 15 de julho de 2015

considerações sobre a Justiça e um texto um dos melhores de Nietzsche


relembro Lacan "você pode saber o que disse, mas nunca o que o outro escutou"

... parece-me falarmos a mesma língua, mas menos o mesmo código e a mesma cultura... os seus livros e os seus autores foram outros!, por isso dificilmente olharemos para o mesmo, e quando estivermos a olhar para mesmo dificilmente veremos o mesmo!
... eu com os meus conceitos e preconceitos e você com os seus! os meus são fruto mais das minhas leituras autodidactas do que me foi servido à mesa pronto a comer; dos seus você saberá...
... aproveito o ensejo de ler a frase "se ficar provado que não houve manipulação, pressão ou chantagem da professora" para lhe mostrar o quanto somos diferentes nos preconceitos - eu não acredito que o que fica provado, possa ser a verdade!, pode dizer é que é um preconceito, admito que seja! porém se acredita no inverso, que o que fica provado é a verdade, esse seu acreditar é-o também, um preconceito! Você acredita na equidade dos homens da Justiça, eu não!,
Quando a verdade depende da interpretação correta da prova, esta tem que ser pura!!, mas se sabemos o quão difícil é manter e conservar a pureza e o quão fácil é viciar e adulterar qualquer prova, o quão fácil é manuseá-la, ainda mais quando é prova testemunhal, enfim é uma verdadeira hipocrisia acreditar neste modelo de Justiça!... Você talvez não saiba!, por isso lhe pergunto: onde ou em que lugar no mundo se mente mais? Adivinha? Não se espante! É nos Tribunais!, e não só porque o dinheiro fale mais alto, essa é só uma das razões! é que para falar com verdade é necessário muita inteligência e racionalidade, ora a maior parte das pessoas são ignorantes e de diminuta
inteligência, a ponto de mentirem sem mesmo o saberem! – já nem falo da mentira subtil, que sempre é favorecida em relação à verdade, por ser mais fácil enganar uma pessoa do que convencê-la depois que foi enganada! - a palavra é dúbia e nós nunca sabemos de que modo é ouvida e interpretada.
 -
“Onde reside o maior perigo de todo o futuro humano? Não é nos bons e

nos justos, nos que dizem e sentem no seu coração: «Nós sabemos desde já o que é bom e justo, e possuímo-lo também; desgraçados dos que ainda procuram?»
E qualquer que seja o mal que os maus possam fazer, o mal feito pelos bons é o pior dos males.
(…) Ó irmãos, o homem que sondou até ao fundo dos corações dos bons e dos
justos foi o que disse: «São fariseus». Foi ouvido mas não o compreenderam! 
Os bons e justos não o podiam compreender; a sua inteligência está presa da
certeza da sua boa consciência!(…) Mas na verdade os bons são necessariamente fariseus – não têm escolha.
Os bons crucificam necessariamente o que inventa, para seu próprio uso, a sua
própria virtude. Mas o segundo que explorou o país, o coração e o domínio dos
bons e dos justos, foi aquele que disse: «quem é que eles odeiam mais?»
Aquele a quem estes odeiam mais, é o criador, aquele que quebra as tábuas e os valores antigos; a este destruidor chamam de criminoso.
Os bons, com efeito, são incapazes de criar; são sempre o princípio do fim.
Eles os bons crucificam aquele que vem gravar valores novos sobre novas tábuas, eles sacrificam a si próprios o futuro, eles crucificam todo o futuro dos
homens!”

terça-feira, 16 de junho de 2015

a Justiça é o espelho da maldade do homem!



Sabemos. Tudo pode ser usado para o bem o para o mal! o Código Processo Penal não foge à regra!, é usado também para o mal! Seria desonesto querer convencer que a lei serve apenas o bem! e que todos os agentes da Justiça são pessoas de bem e boa fé; sinceramente acredito que muitos erros judiciais não sejam erros! mas sim produtos forjados na maldade pura e crua! A maldade manifesta-se quando um conjunto de mentiras serve como base à formulação da sentença! quando a ânsia de vencer condenando o arguido prevalece sobre a verdade! Há muito que eu ando a gritar à Justiça que para justificar um absurdo só é preciso um absurdo maior!, sabemos todos, mas eu digo todos, que o lugar onde mais se mente no mundo, é nas salas dos tribunais!, sabemos que as crianças mentem instigadas pelos adultos, sabemos que os queixosos mentem!, as testemunhas mentem sem qualquer pudor; notamos a cegues pérfida da Justiça quando pouco lhe importa que o depoimento dos queixosos seja falso.
Quanto mais Kafkiana a Justiça se revela maior é o seu gozo!
A Justiça também é feita por pessoas más e malévolas; recorrendo ao aproveitamento da vil mentira e da deturpação para conseguir alcançar os seus fins! A História da Justiça está cheia deste fenómeno...
A Justiça portuguesa continua a caça às bruxas!, isto pouco importa ao cidadão comum, a si, ou ao seu vizinho, só passa a importar quando a Justiça alarmada por uma falsa denuncia quer que a Bruxa seja você!

Explicar à Justiça o princípio da lógica é tempo perdido.
Se as mãos e a cabeça da Srª cega são de pessoas arrogantes, esta está somente empenhada em credibilizar e oficializar suspeitas; tem pressa que uma acusação baseada em mentiras seja considerada fundamentada em verdades!, sem olhar a meios ela quer oficializar o falso por verdadeiro, para isso recorre a peritos da sua confiança, - torce o nariz quando os advogados requerem uma conta-peritagem - e o mais irónico pretende com a sua enorme arrogância prestar um grande serviço à humanidade!...

(continua)




segunda-feira, 11 de maio de 2015

para os incultos tudo é estranho e incompreensível!, até os Hermafroditas!

...a mitologia grega atinge-nos sempre com força...
 é o oceano da imaginação...
as suas ondas agem sobre o nós com benéfico efeito prolongado no tempo...
… sentimos de imediato salutar o contacto com as nossas saudáveis paixões...
A mitologia grega para qualquer mergulhador do mar dos Deuses é uma paixão...
Aconselho-vos vivamente a deixar o inconsciente procurá-las; de certo modo foi o que aconteceu hoje de manhã. Havia me levantado há pouco da cama e sob o chão da sala olhando para uma estante de livros procurava um. Agarrei no Germinal de Zola e desfolhei-o, mas logo voltando o olhar para a estante uma paixão maior comandou a minha mão. Acabara de retirar da prateleira um livro sobre a mitologia grega, abri-o numa página e lendo-o nem dei pelo tempo passar…
… depois da leitura senti-me inspirado para escrever-vos sobre Hermes…
Ora quem é Hermes?
Hermes é um dos muitos Deuses da mitologia grega; foi concebido por Zeus e Maia, à noite quando se pensa que todos dormem,…  e 9 meses depois veio a nascer muito bonitinho e hiperactivo… temos prova disso nos retratos - os pintores da época pintaram-no com umas pequenas asas nas laterais das sandálias; esta velocidade activa foi muito bem aproveitada para ser o mensageiro entre os Deuses e entre estes e os mortais… ora o escrever e o entregar tantas mensagens fê-lo tornar-se depressa no deus da eloquência e da persuasão… convencia facilmente os feios de serem realmente bonitos e os belos de serem feios, a terem até vergonha da sua fealdade… consta que ensinou aos povos todos os exercícios para desenvolverem a agilidade e a beleza do corpo… 
desde cedo revelou a sua natureza veloz e ardilosa... ainda bebé com poucos meses de vida, e ainda só a saber gatinhar, fugiu do berço; procuraram-no os pais
- Hermes!! Hermes!
 e nada de Hermes! Mal sabiam eles que já estava na Tessália a aborrecer o irmão Apolo, furtando-lhe 50 novilhas;  enraivecido por haver sido furtado Apolo chegou-se perto dele para o sovar, mas Hermes, rápido em tudo, até na invenção, não se importunou com a ira furibunda do irmão; sabedor que o brother gostava de música, inventou a Lira e ofereceu-lha, acalmando-o assim… 
Hernes amou muitas amantes, entre outras Afrodite , Hécate e  Perséfona.
O que ele fez a sós com Perséfona e com Hécate seria interessante saber mas fica para uma outra ocasião. Aproveita esta com um objectivo, e para isso preciso centrar-me na história dele com a Afrodite… 
esta Deusa era muito dada aos amores como bem sabeis; andou enrolada com o mortal Anquises, com Pósidon com Hermes e com Ares e mais não digo… com Ares procriou; teve uma filha, a Harmonia; com Anquises também procriou, teve um filho, Eneias, e imaginem pariu também do Deus eléctrico, do nosso Hermes de há pouco… a esse filho deu-lhe um nome muito conhecido, Hermafrodito… 
  O jovem Hermafrodito de 15 anos resplandecia em sua beleza fulgurante, e ao vê-lo a ninfa Salmacis ficou loucamente apaixonada. Hermafrodito não lhe correspondeu e a ninfa fingiu conformar-se, porém quando surgiu uma oportunidade, estreitou-o nos braços; ele ainda tentou soltar-se, mas Salmacis abraçou-o com tanta vontade e ardor que seus corpos ficaram unidos para sempre… 
   e ainda hoje se vocês virem bem, os hermafroditas permanecem de acordo com essa união, pois continuam a revelar em seus corpos a junção da beleza e graça feminina da mãe com a virilidade do pai…

Os ateus de hoje abeiram-se deles com curiosidade pela sua natureza dupla... mas pergunto de que modo abeirar-se-ão deles os seguidores dos radicais juízos religiosos monoteístas? Considerá-los-ão seres aberrantes?, Arranjarão modo e pretexto para lhes cortar a cabeça, culpando-os de serem aberrações da natureza?, sem poderem ver que para os seres aberrantes tudo é aberrante, para os porcos tudo é porco, para os intolerantes tudo é intolerável...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Consciência Social...

 agora, o teu olhar, sempre distraído em pensamentos e vagueações, focou aqui... e no interior do mistério dos nossos hemisférios...
começamos a partilhar ...
um médico meu conhecido há uns 14 anos, cumprimenta-me afavelmente com um sorriso... e pela qualidade desse cumprimento quase diria que simpatiza deveras comigo... digo diria porque certezas não tenho de agradar-lhe de verdade!, além do mais ele é médico de clínica geral habituado a sorrir para a maioria dos seus pacientes... e o seu sorriso tem decerto um cariz profissional,... contudo, parece-me o seu sorriso por minha causa, mais largo e duradouro... de quando em vez, a despedir-mo-nos, conjuntamente com o sorriso dá-me umas palmadas nas costas sobre as quais questiono a intenção... se as dá afectuosas ou para marcar bem o inicio da despedida, para eu ter essa noção, e me apressar a sair...
Eu por hábito mais calado que falador, no seu consultório, diante dele, falo-lhe com toda a eloquência dos meus sintomas,... ouve-me enquanto escreve com lentidão no teclado olhando o monitor... a sua longa experiência acumulada de anos a exercer clínica geral poderia adivinhar-se no cabelo pintado em casa... mas mais muito mais pelos seus diagnósticos... uma vez levei-lhe uma paciente de pele morena por sua pele andar a clarear em pequenas manchas umas aqui outras acolá que de dia para dia se alastravam... ele, aparentemente calmo, perguntou à paciente se frequentava praias e areias... Afirmativo, respondi-lhe... Depois disse ele - Não se amedronte, não tem nenhuma doença grave na pele... aliás não tem qualquer doença de pele, apanhou foi um fungo!! ... e sem se demorar escrevinhou no papel a receita para comprar na farmácia... uma pomada antifúngica...
... enquanto não chego ao final da história do meu pequeno conto, apraz-me ver ou melhor saber que quem me lê resiste à tentação de ir fazer qualquer outra coisa possivelmente bem menos interessante que a de continuar na companhia deste ilustre autor de prosa com sentido! propósito! finalidade! objectivo, fito e escopo!
Escopo, que reencontro maravilhoso! Há anos que não acontecia um, com esta palavra difícil!,.. Dizia-se no tempo dos meus avós sobre as palavras difíceis, pouco usadas, serem palavras de sete e quinhentos, como hoje se diz palavras de ten dollars, sabiam?... mas continuemos!, falava-vos do médico, um dos meus médicos mais consultados!,... pois bem no consultório, sentado, diante dele desabafava sobre uma questão polémica que é a da desigualdade social... falei-lhe que os Juizes deste pais onde habito terem ganho um aumento mensal de 1000 euros... duas vezes superior ao ordenado mínimo ... retrucou-me ele de chofre!
- Estudasses!
... ouvi e calei, por gratidão e ser uma pessoa respeitadora dos mais idosos, pois ao contrário de tantos médicos snobs e indiferentes, este médico sempre se mostrou próximo e interessado em efectivamente auxiliar quem o procura!, mas agora que ele não me ouve, eu dir-lhe-ia, com desagrado, haver-me dado uma resposta muito infeliz!, e terminaria dizendo que a natureza é parca na distribuição igualitária das capacidades naturais, dos dons e dos talentos, e injusta em dar inteligência a poucos e muita falta dela a muitos!, promovendo assim a desigualdade logo à nascença! e, em virtude de assim suceder, ser o dever do homem social procurar, por meio da aplicação de leis sociais, suavizar essas abismais diferenças!
 - em vez disso, calei-me e disse para os meus botões, olhando-o com tristeza:
- consciência social? Zero!


domingo, 8 de fevereiro de 2015

Diderot e Voltaire...

acordei em sobressalto na cama, com um pigarro na garganta querendo expulsar os bofes para fora, querendo mas contendo-me numa tosse presa, por não haver por perto para onde; pigarreava e tossia com os lábios cerrados - quem visse pensaria: sufoca - cerrados até expulsar um aglomerado de saliva, num volume por demais anormal para um balde meio de água; seria no relógio 5 minutos antes da uma da manhã; estivera as duas horas anteriores a dormir profundamente; acordara de um sono profundo, à hora habitual de cerrar os olhos; quiçá por isso, recordei com imensa clareza a agoniante sensação de haver passado todo o dia sem nada escrever, somente lendo aqui e ali, algumas páginas de Diderot e outras sobre Voltaire e Proust; e foi garanto-vos no preciso momento em que tinha a boca cheia de saliva por não ter para onde expulsá-la que a inspiração veio clarear a matéria a escrever; eu senti o ímpeto de escrever sobre a razão de não escrever mais…
  (dias depois...)
    pois é senti, passado; passaram-se muitas horas...
    agora, presente, confesso a inspiração foi-se! naquele momento lembro-me foi o cansaço e o sono os culpados de não ter continuado a escrever... interrompi o processo de escrita pensando retomá-lo no dia seguinte... acontece que deixei passar mais que dois dias... e o que agora sei é que o que acabo de escrever não era o que dias atrás sentia...
    porém noto agora que sem ter acordado essa impressão sentida da razão de não escrever mais, escrevi uma outra! o cansaço e o sono!, pois bem lembrei agora o que eu pretendia dois dias atrás; escrever sobre a razão de sentir cansaço e sono depois de escrever algumas poucas horas...
... quem sabe um dia me debruce sobre a razão destas razões...
... até lá será sempre assim - o meu metabolismo acelerado, escreva eu muito ou pouco, depois de duas horas se tanto, faz-me levantar da cama ou da cadeira à procura do que comer…
... fortunas não herdei por isso criadas Celestes que me leve um Croissant à cama, depois de eu fazer tocar duas vezes a campainha, é sonhar
… mas continuando, seria indelicado falar-vos que li um pouco de Diderot e sobre Voltaire e Proust  sem dizer mais… penso assim porque eu, se me dissessem o mesmo, logo desejaria saber sobre eles! … de Diderot li o começo do Jacques o Fatalista de onde sublinhei uma frase que nestes conturbados tempos de escassez de ética judicial, de insolente corrupção politica, de diminuta consciência social, vem até a propósito,  «toda a bala que sai de uma arma tem o seu destino»; li esta frase e perguntei. A quem deveria ser endereçada, a frase? Perguntei e respondi: A todos aquele que usam e abusam de prepotência, protegida por influência do poder dos seus altos cargos políticos e judiciais; em prejuízo da qualidade de vida do próximo, do contribuinte, do réu e do arguido!...

Mas passemos para outro génio, Voltaire! e reparei bem nestes feitos “A partir de 1762 dedica-se energicamente a reabilitar algumas vítimas de erros judiciários. O Sr. Calas, negociante protestante de Toulouse, executado pela suposta morte do seu filho convertido ao catolicismo; Sirven, outro protestante de Castres refugiado na Suiça, depois do acusarem ter assassinado a filha que fugira para um convento; o cavaleiro La Barre, decapitado por ter insultado uma procissão; Lally Todendal, governador de possessões francesas na Índia, acusado de haver traído o rei e condenado à morte sem se poder defender.”… isto eu lia com o coração, sem saber da sua luta contra estes erros judiciários,,,, soube agora!... e mais apaixonado por Voltaire estou!, aliás, só podia, foi Nietzsche que mo deu a conhecer elogiando-o. Sim, eu teria lido toda a correspondência de Voltaire, em número superior a 10 mil cartas!


... sobre Proust! - primeiro eu não sabia nada! quando me aconselharam a ler a obra dele nem o nome dele sabia!, lembro-me quem foi e que no dia seguinte procurava-o na biblioteca!, fiquei admirado pela dimensão do livro!, enorme! depois, bem depois eu nunca mais parei do ler...
Há muito poucas alusões de Proust na "Procura" a Diderot e a Voltaire!, sobre Diderot  diz alguém na "Procura" que é superior a Homero!...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

CARTA DE AMOR 2 sem Prólogo

  por estares longe de quem desejas, a imagem da tua expressão facial na foto, é o vazio!Mas, olha o céu! Olha! e vê! ... pois, sei...
-dirás: Vazio e só vazio!!! a qualquer hora do dia!... espera, reparei agora, ali sim vejo! umas nuvens e daquele outro lado outras mais distantes estendidas...

- Sim são visíveis ali,... mas diz-me o que há para lá das nuvens?...

- exclamarás: Sei lá o que há para lá das nuvens!
- Eu digo que é o vazio!... 
- dirás: E dai!! Que retiro de saber, de ser o vazio? isso ainda mais deprime!
- Deprime nada! Olha o céu à noite!, verás o brilho pontilhado de biliões de estrelas cintilantes, mas porventura te sentirás próxima de alguma?, perto? - não! - e elas de ti que sensação terão da tua proximidade? - nenhuma decerto! - e a que se deve isso?: Ao vazio!, e o que é o vazio senão todo o espaço entre os corpos celestes!, espaço por percorrer! o que será o vazio que os separa senão um caminho - concluirás depois: o vazio é o caminho!... e o caminho é que une! Se vazio não houvesse não haveria caminho! não havia distância, não poderia haver dois corpos, e por isso não poderia haver união!, seria tudo um só ser! uma só coisa! uma singularidade!... um absoluto nada de tão coeso!... por isso houve o Big Bang e expansão!... para que houvesse vazio, espaço, caminho, distancia a percorrer, viagem e união!...
Sabes, de todas as viagens do homem a de amor é a maior!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

é imperativo ler Thomas Paine!

"Nunca existiu, nunca existirá e nunca poderá existir um Parlamento, ou uma classe ou geração de homens, em qualquer país, com a posse do direito ou o poder de obrigar e controlar a posteridade até ‘o fim dos tempos’ ou de impor para sempre como o mundo será governado, ou quem o governará... A vaidade e a presunção de governar além sepultura é a mais ridícula e insolente de todas as tiranias. O homem não tem nenhuma propriedade sobre o homem... Estou lutando pelo direito dos vivos e contra o fato de serem alienados, controlados e constrangidos pela pretensa autoridade dos mortos que ficou escrita. (...) embora leis feitas numa geração muitas vezes continuem em vigor nas gerações seguintes, elas continuam a tirar sua força do consentimento dos vivos. Uma lei não revogada continua em vigor não porque ela não possa ser revogada, mas porque ela não foi revogada; e a não revogação passa pelo consentimento... Como o governo é para os vivos, e não para os mortos, apenas os vivos têm algum direito sobre ele. O que pode ser pensado certo e achado conveniente numa época poder ser pensado errado e achado inconveniente em outra. Em tais casos, quem decide: os vivos ou os mortos?"
Thomas Paine


"(...)Ninguém foi mais longe do que Paine, na defesa e no direito dos vivos romperem com o dos mortos, consagrando, pois, o direito à revolução (permanente). Da lógica das ideias e da argumentação de Paine, decorre, portanto, que todo sistema, ou regime, político-social é legítimo, desde que desejado pela maioria, e transitório ou reversível, desde que essa mesma ou uma nova maioria dele se queira desfazer. 
Assim, hoje - com o abismo crescente entre ricos e pobres (intra e entre países, e o aumento cada vez maior dos últimos), e com o colapso do socialismo real e com a crise do Estado de Bem-Estar (e da social-democracia, atacados pelo neoliberalismo) -, parece não haver proposta tão revolucionária e, portanto, tão atual, quanto à de Paine. Em outras palavras, com os projetos socialistas bloqueados, que outro projeto, dentro da ordem capitalista, é mais revolucionário do que o de Paine? Pois,  Paine, foi simultaneamente um social-democrata e um neoliberal avant la lettre. Como o  nosso tempo, ele queria simultaneamente mais democracia (isto é, mais igualdade, mais  social-democracia) e mais liberalismo - isto é, mais autonomia, e portanto, e paradoxalmente, menos Estado. 
Mas, sobretudo, reler Paine, ajuda-nos a manter a indignação e o espírito de luta para não aceitar, como natural, o mar de miséria que nos cerca de todos os lados. Hoje, certamente, se Paine ressuscitasse, ele que era revolucionário e democrata por instinto, mudaria sua divisa para “onde há miséria, aí está o meu país”. (...)"
Prof. Dr. Modesto Florenzano

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

da razão principal de lermos pouco e não lermos mais

 ....sobre a razão de não lermos mais recuso acreditar nas mais ordinárias respostas: pela escassez do tempo, por não gostarmos de ler! por conhecermos poucos livros - recuso-me!
... sem desprezar essas respostas ordinárias desejarei falar-vos doutra e da qual todas as outras descendem.
Se vos dessem para ler uma frase, um parágrafo em língua estrangeira desconhecida, será que face à dificuldade, à impossibilidade, para fingirdes saber, me direis não teres tempo, não gostares de ler?? Se o dissésseis todos notariam a mentira, e vos diriam, ah não é por isso! é por não saberem ler essa língua!. escusais de fingir saber! Desconhecer uma língua estrangeira não é vergonha!
- mas se o parágrafo, o texto, o livro, for na língua materna? Preferireis  dizer, para justificar a resistência, não gostardes de ler, pois confessardes a verdade em relação ao desconhecimento da vossa própria língua é embaraçador, quase vergonhoso....

 E quanto a leitura de palavras difíceis?, uma palavra nova sobre a qual desconheciam tudo, não desejasteis saber o seu significado para continuares a seguir o entendimento? Aquando sozinhos a ler, sem ninguém por perto a quem perguntar, consigais lembrar-vos de quantas foram as vezes que consultasteis o dicionário?
A leitura gosta de silêncio e paz; em virtude de assim ser,  foi sozinho, com o dicionário, o meu começo no universo dos livros. Felizmente, nasci com uma singular predisposição inata para o dicionário; inclusive valorizava a sua proximidade - mas há quem com essa predisposição não nasça e por isso desista da leitura face à estranheza das palavras desconhecidas... A um texto pequeno com 5 palavras desconhecidas segue-se um outro com 50 e assim depressa o eventual gozo da leitura se torna um desprazer desencorajador... deste desprazer não entender descende o não ler, a desculpa da falta de tempo, o desconhecimento do conteúdo dos livros...
Assim, se na verdade desejais que o povo leia mais, urge ensinar-lhe vocabulário!, ensinai-lhe o largo significado das palavras!, desde a idade infantil e durante semanas, meses, anos e décadas...As aulas do ensino da filologia deveriam começar em idade juvenil...
 em resumo, quem pode gostar de ler/entender palavras "sem significado", por ensinar?... Ninguém pode! E não por gostar ou não gostar; ninguém pode principalmente pela impossibilidade!
Houvesse mais quem ensinasse palavras e a humanidade só ganharia!, quantos desentendimentos ,quantos mal-entendidos não se evitariam!!

 outra razão de lermos pouco é a de preferirmos estar acompanhados que sozinhos.
Se as pessoas tivessem hábitos de se juntarem para ler e ouvir ler decerto os livros haveriam de nos dar muito mais...

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

a palavra portuguesa oriunda da China...

    Se ouvirem a palavra chinesa para chá ouvirão algo assim tchá, uma sonoridade quase similar – poderia isto ser prova da grande viajem de ida e volta realizada pelos portugueses à China? – decerto! Aqui mesmo ao lado no país fronteiriço, a mesma palavra “chá” em nada se assemelha à nossa. Em França igual, em Inglaterra igual; o local de origem da palavra destes países para chá não foi certamente a China… 
     Mas foi na China que um conhecido meu sentindo-se doente, me contou, ter recorrido a um médico, o qual na primeira consulta, sem qualquer troca de palavras, lhe tomou o pulso, a pulsação, e de seguida lhe perguntou: Você não tem costume de beber chá quente, pois não? Contava-me isto animado, atribuindo a este episódio uma grande significação que era, a da medicina tradicional chinesa ser conhecedora dos efeitos benéficos do chá!
…  foi também por essa altura, de regresso a casa, de noite, sentindo-me em estado pré-febril, sobre o qual em criança o meu pai dizia quando notava a minha anormal quietude, “está a chocá-la!”, que recordei o episódio do médico chinês a tomar o pulso ao meu novo amigo; sem fé alguma, achei por bem fazer uma chávena de chá – abri o armário e retirei da caixa uma saqueta de chá preto de Ceylan;  depois, com água da chuva, chovida há 500 anos, por haver ficado retida em lençóis freáticos, fervida, adocei-o com mel de abelha, -  desculpem-me a redundância –  é necessária para evitar, num eventual futuro, ser confundido pelas novas gerações com outro qualquer mel que se possa fazer e inventar, diferente do feito pelas abelhas; deitei-me pouco depois sentindo a má-disposição aumentar pelo efeito da febre…
… na manhã do outro dia levantei-me e fiz o que ordinariamente fazia sem qualquer dificuldade, julgo que só à tarde, depois do almoço me recordei que me havia deitado febril… conclui em segundos: o efeito do dito chá havia sido milagroso!...